2009-10-09

Intervenção

Deixem-me que partilhe convosco a intervenção do meu camarada Manuel Branco, mandatário da candidatura da CDU às eleições Autárquicas 2009 para Évora. As palavras foram proferidas no almoço-comício do passado dia 5 de Outubro e tiveram o condão de emocionar muitos dos presentes, estando eu entre eles e que, também eu como candidata, não pude deixar de levar tão a peito.

«Saúdo, fraternalmente, os amigos, os companheiros, os camaradas aqui presentes.

Mas quero saudar, muito especialmente, os que, de entre nós, são candidatos às eleições do próximo domingo no concelho de Évora, cujo mandatário sou. E não posso deixar de vos dizer, de confessar, que foi com alguma estranheza mas com muito orgulho que aceitei esta tarefa; estranheza porque não era coisa que me passasse pela cabeça; orgulho porque a escolha e o convite para o ser me envaidecem um pouco, mas só um pouco porque sei bem que deviam ter escolhido outro com maior proveito em termos de dividendos eleitorais.

E de entre as dezenas de candidatos permitam-me particularizar.

Saúdo, agradecido, os mais velhos de entre vós, pela chama que de há muito transportam e foram transmitindo até nós, para que outros e outros e outros com ela iluminem os dias de hoje e os dias de amanhã. Saúdo-os, também, em nome de muitos outros que já não estão entre nós e cuja memória traz à boca “o sabor do sangue”, como deles disse o poeta, esses que “obstinados e contumazes” viveram a vida com “aquela estranha naturalidade” que os fez “tornarem-se comunistas”, sabendo que com isso “pagavam tão alto preço”.

Saúdo, solidário, aqueles dos candidatos que mandaram lançar, por baixo do nome, essa palavra-ferrete que é desempregado. De pouco consolo servirá dizer-lhes seja o que for: mas sempre vos digo que estar aqui, dar assim a cara à luta, talvez não seja a melhor maneira de arranjar depressa um trabalho remunerado, mas garante-vos o orgulho de dar de frente a cara à fotografia, o que por certo não aconteceria se se tivessem bandeado para outras listas.

Saúdo, esperançoso, os jovens candidatos, ainda estudantes ou já trabalhadores, contente pela vossa opção, vocês que não precisaram, aos dezoito anos, de ser folcloricamente revolucionários e que, por isso, por certo, se não vão tornar aos quarenta nos mais cinzentos e certinhos serventuários da contra-revolução.

Saúdo, fraternalmente, os muitos professores das nossas listas, colegas que têm todas as razões para estar aqui e mais aquelas que o último ministério da educação, pública e notoriamente, lhes acrescentou. E, de entre os professores, permitam-me que saúde, muito particularmente, alguns: aqueles que há mais de trinta anos comigo partilharam os trabalhos e as alegrias no arranque de uma cooperativa de ensino especial, onde nos encontrámos pelas mesmas razões, exactamente as mesmas, que hoje, sem desvios, nos fazem estar aqui, deste lado da vida.

Saúdo, reverente, os muitos sindicalistas que engrossam e dão sentido às nossas listas, eles que diariamente se confrontam, mais que todos, com as agruras da luta, com os incómodos e os riscos, as tragédias pessoais de quem perde o ganha-pão, e que enfrentam com a força da razão as razões que a força tem.

Saúdo, com admiração, os muitos que estão nas nossas listas por opção ideológica, arrostando, às vezes, incompreensões dos seus pares e familiares, por certo incomodados pela justeza desta opção.

Saúdo, naturalmente, os muitos que não precisaram de reflexões ideológicas para estar deste lado, bastando-lhe, para isso, não estarem distraídos, bastando-lhes, para isso, as lições da vida, bastando-lhes, para isso, “fidelidade na escolha”, seguros de fazerem a sua “parte, na parte que do mundo lhes cabe fazer”.

Saúdo, um bocadinho vaidoso, os candidatos que foram meus alunos: vaidoso, porque mesmo que nada tenha feito para que eles aqui estejam, consolo-me acreditando que nada fiz que os desviasse do caminho que os trouxe até aqui; ao menos não empalideci neles “a matéria de que são feitos os sonhos” com que sonhamos um mundo melhor.

E saúdo todos os outros candidatos, os que chegaram há pouco e os que connosco têm partilhado outros trabalhos, outras lutas, os mesmos sonhos.

E todos sabemos, serena mas firmemente, que, aconteça o que acontecer, “continuaremos, mesmo que sobre a frieza da neve, o rastro que arde”, o caminho, ou o trilho, da luta por um futuro melhor.

Citei, outra vez, agora mesmo, o poeta que com algumas palavras me ajudou a dizer melhor o que queria dizer-vos; esse poeta é eborense e é professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa – chama-se Manuel Gusmão e é membro do Comité Central do PCP.

Amigos, companheiros, camaradas: Évora precisa que a CDU ganhe as eleições do próximo domingo; a CDU e nela aqueles para quem honestidade, trabalho e competência “não são pura coisa de palavras”.

E sabemos todos que temos razões de sobra para merecermos essa vitória; e sabemos, também, que temos argumentos consistentes para vencer.»

Obama


Prémio da paz porque....?!

Big question point!

Acto de desespero

Ao que nós chegámos. As palavras são dispensáveis, a situação é suficientemente má para não ser preciso dizer mais nada. Mostra o desespero em que se encontra o Sr. Presidente da Câmara de Évora e o estado em que estão as coisas naquela casa.

«Hoje de manhã os actuais vereadores, deputados municipais e candidatos da CDU às próximas eleições autárquicas foram impedidos de entrar em algumas instalações da Câmara Municipal de Évora. A visita foi comunicada em tempo útil ao ainda Presidente da Câmara.
Em 34 anos de democracia, em todas as eleições autárquicas, as visitas de candidatos aos serviços municipais foram autorizadas com todos os executivos.
A CDU garante que os seus eleitos irão autorizar, nas próximas eleições autárquicas e à semelhança do que sempre fizeram, todas as candidaturas a visitar os serviços municipais.»

Fonte: Ganhar Évora CDU


2009-10-04

Fotos, bem boas!

Quero aqui deixar as fotos da minha querida amiga Ana Coelho que teve a enorme oportunidade de poder ir fotografar o concerto dos Green Day e me deu a oportunidade, a mim, de ficar, para o resto da vida, com fotos desta noite magnífica, tiradas por ela (melhores do que as da própria Rita Carmo, se me permitem o reparo). Deixo aqui uma ou outra que gostei mais, mas o site tem muitas mais e de muitas mais bandas e projectos e estas podem também ser vistas com melhor qualidade. Visitem!



Arctic Monkeys - Old Yellow Bricks


Rota de colisãO

Lá, entre o Sol e o Si